Os Sapos |
Passada toda a febre “bom moços”, já nos anos 70, foi a vez da banda “Feitiço” assumir os palcos, refletindo outra época, com sons do Pink Floyd, Santana e Bill Haley and the Comets. Arthur Henrique, integrante das duas primeiras bandas citadas, ainda criou a “Band Aids”, nos anos 80, a qual também reflete o começo das feiras de exposições na Expar e as “brincadeiras dançantes” da Escola Estadual Paraisense. Nessa época, o rock foi criando raízes na cidade e começou a se espalhar entre os jovens, não só de maneira profissional, mas no melhor estilo banda de garagem - que toca Led Zeppelin, Van Halen e Alice Cooper. Já nos anos 90, o rock tomou proporções mais profissionais e surgiram várias bandas que tocavam na noite, entre elas a banda Eclipse - que viajou o Brasil por 10 anos tocando.
Banda Blaa no Zyon |
The Pippers no Bistrô Bar |
O preço dos ingressos era de apenas R$1,00 e, claro, os festivais lotavam. Depois, o estúdio fechou e tivemos, no mesmo local, o Bistrô Bar, que lotava ao som da Custom, Pólvora Vermouth e da The Pippers.
Nessa época, começou-se a organizar mais festivais em outros pontos da cidade, mas tudo por iniciativa da própria galera. Já nos últimos anos, contamos com algumas dessas bandas antigas que ainda estão unidas e com prestígio regional e com novas, como The Benders, Over Sun e Bastardos, todas tentando restaurar essa tradição do rock, junto com o Único Lounge Bar e o Shamrock Pub, que recebem nomes de peso da cena. Agora, provavelmente, é a hora em que eu explico o porquê de toda essa retrospectiva que foi quase uma aula sobre o rock paraisense, rs. É simples:
Ainda nessa tentativa de restaurar o rock nacional, aconteceu em Paraíso, no dia 10 de março, o Festival Grito Rock Paraíso, que apresentou bandas da cidade e de Ribeirão Preto e idealizou, além de exaltar o rock, dar atenção a outras áreas culturais como as Artes Cênicas e o Grafite e atuar com Ação Social.O evento foi incrível: a chuva cedeu, a galera compareceu, a música uniu e a energia estava maravilhosa. Acredito que em todos ficou um "quero mais". Fiquei pensando na correria dos organizadores para realizar esse evento, que foi beneficiente - arrecadando alimentos - e contou com a colaboração de tanta gente, e em como iniciativas respeitáveis como essa deveriam se tornar mais frequentes em Paraíso. É com a arte, a música e o conhecimento que nos tornamos melhores e isso é tão negligenciado por aqui. Talvez o maior grito não foi nem só do rock, mas do jovem que está exigindo esse espaço cultural na cidade. Continuem gritando.